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Foto do escritorFernanda Alves

Pai de pet?


cachorro preto com orelhas peludas sentado em uma cadeira de madeira, ele está sentado à mesa, usando um lenço quadriculado vermelho e branco no pescoço; na frente dele, um prato branco com guardanapo vermelho e talheres, uma taça de vinho vazia está em cima da mesa também.
Atualmente, muitas pessoas fazem suas refeições junto aos seus animais, inclusive com eles à mesa.

A proximidade cada vez maior entre humanos e animais tem levado a uma série de mudanças na forma como nos relacionamos e o que proporcionamos aos nossos cães e gatos. Dos quintais foram para dentro das casas; das sobras de comida passaram a ter dietas balanceadas e um rigor muito maior com relação a sua saúde e bem-estar. Entretanto, a linha entre cuidado e exagero passou a ser cada vez mais tênue; atualmente, muitas pessoas estão ultrapassando o que de fato o pet precisa, manifestando um comportamento de humanização com seus bichinhos. Nesse fenômeno temos a atribuição de características e emoções humanas a animais não-humanos.


Muito mais do que mimar seu animal, tratá-los de forma humanizada pode trazer uma série de malefícios e até mesmo problemas de saúde. Diariamente, trabalhando na clínica médica, me deparo com clientes com comportamentos muito similares: colocam diversos adereços (roupas, brilhos, sapatos), pintam suas unhas, compram uma série de ‘petiscos’ e brinquedos aleatórios acreditando que estão fazendo o melhor! Precisamos lembrar que cães, gatos e todos os animais não-humanos possuem sua própria natureza, com necessidades únicas. Muitos desses comportamentos que impomos a eles geram muito sofrimento e estresse, pois, além de não terem suas demandas básicas atendidas, essas emoções podem desencadear uma série de alterações e transtornos físicos e emocionais. Vemos cães/gatos com sobrepeso/obesidade por comer comidas que não são adequadas (e por comer muito mais do que de fato precisam), diabéticos, ansiosos, deprimidos, estressados… muitos são os transtornos que uma relação desarmoniosa pode gerar.


- Mas então, como devemos tratar nossos animais?


Muitas são as formas de analisar essa questão! Aqui, escolhi partir da premissa do princípio das cinco liberdades, em que temos cinco necessidades básicas e essenciais as quais precisamos nos atentar. Devemos garantir alimentação adequada para as necessidades do nosso animal, na quantidade e nos padrões adequados para as características dele, além de água fresca e filtrada - isso atende ao princípio da liberdade nutricional; devemos providenciar todas as vacinas, medicamentos e assistência veterinária necessárias - liberdade de dor e doença; um local com abrigo, em que ele possa se sentir seguro, que não sinta frio/calor nem desamparo - livre de desconforto; entender quais são as necessidades básicas a depender da espécie do seu pet para fornecer os recursos necessários para ele manifestar seu comportamento natural - livre para manifestar seu comportamento natural, seja roendo, arranhando, escalando… além de, é claro, trazer segurança e felicidade para o ambiente do seu animal, mantendo-o livre de medo e estresse.


Falar assim é fácil, né? Vamos colocar na prática, com exemplos aplicáveis na rotina?

  1. consultar o médico veterinário do seu animal para saber qual alimento mais indicado para a espécie/porte/fase de vida dele e fornecer na quantidade e frequência corretas;

  2. vacinar e realizar checkups anuais/semestrais com seu animal, além de levar ao veterinário sempre que ele manifestar dor ou qualquer sinal de doença;

  3. manter o ambiente limpo, deixando o ‘banheiro’ longe do local em que ele irá se alimentar; garantir que ele tenha um abrigo que o traga segurança com relação às variações do ambiente (barulho, chuva, outros animais e pessoas);

  4. entender a natureza do seu animal, o que ele faria na natureza e promover recursos adequados e seguros para ele conseguir manifestar esses comportamentos; seja no passeio interagindo com outros animais, nos brinquedos que simulem caças, etc.

  5. não forçar seu animal a aceitar algo apenas porque você acha legal/bonito/divertido, caso isso o incomode; entenda os limites dele e se isso é de fato necessário; podemos buscar maneiras de introduzir algo de forma gradual, gerando menos desconforto e criando associações positivas.

Sabemos que, nos tempos atuais, os animais têm conquistado um espaço cada vez maior no coração de seus donos e isso é maravilhoso! Amem muito seus animais, desfrutem de momentos de qualidade, brinquem juntos, façam passeios divertidos, mas lembrem-se sempre de respeitar a natureza deles. Essa é a maior prova de amor e cuidado que você pode dar!


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